
Alguns pontos relevantes no trabalho com PAs
Considero importante aqui relatar “pontos” interessantes que observei no desenvolvimento do PA em minha sala de aula:
-As curiosidades das crianças surgem espontaneamente.
Por exemplo: Algumas dúvidas (curiosidades) que surgiram depois do levantamento da pergunta central, dúvidas temporárias e certezas provisórias:
-Professora o que é trafego aéreo? (Kauê)
-Se o vulcão é na Islândia por que os aviões não puderam voar aqui no Brasil?(Kauê)
-O que que é camada de gelo? (Maisa) Entre outras.
-O trabalho deve ser planejado dia após dia.
Observo que enquanto oriento as crianças elas também me orientam, há uma orientação mútua. Por exemplo:
No levantamento das certezas provisórias as crianças citaram que no Brasil não existem vulcões e que em Três cachoeiras também não. Mas ao serem questionadas sobre nosso país, nosso município observei que muitas dúvidas surgiram. Então resolvi usar a técnica das caixinhas para que pudessem estabelecer relações de localização. Concluindo: orientei uma atividade (levantamento das certezas provisórias) e fui orientada com relação as dificuldades que as crianças apresentaram quanto a noção de localização realizando a atividade das caixinhas...

-O trabalho interdisciplinar se revela aos poucos...
Quando iniciei o PA sobre os vulcões minha primeira preocupação foi com relação ao trabalho interdisciplinar. Sabia que a alfabetização e o letramento como já citei em minha arquitetura pedagógica faria parte do PA conforme seu desenvolvimento. Mas me questionei a respeito de que outras áreas do conhecimento poderia abranger nosso PA. Senti-me angustiada, pois não consegui estabelecer respostas que me satisfizessem.
Mas logo, logo o começaram a se abrirem “leques” para o trabalho interdisciplinar. Por exemplo: no vídeo sobre os vulcões o repórter cita que a Islândia tem mais de uma dezena de vulcões. Então Kauê fala:
-Na Islândia tem mais de uma dezena de vulcões, nossa... (Kauê)
Questiono:
-O que é uma dezena?
Ninguém responde...
Após algum tempo Domini fala:
-Acho que é muito.
Para o próximo dia de aula preparei uma atividade (jogo) envolvendo unidade, dezena, centena... Após o jogo voltamos a conversa estabelecida e as crianças descobriram que a Islândia possui mais de dez (dezena) vulcões... “Interdisciplinaridade e orientação mútua”.
-Favorecimento para o desenvolvimento da autonomia da criança.
Por exemplo:
Na aula de 03/05/2010 Tamara fala:
-Meu irmão disse que tem vulcões por causa das placas tectônicas...
Perguntei a ela:
-Por que ele te falou isto?
-Porque eu perguntei pra ele...
Claro exemplo de iniciativa para pesquisa, de autonomia (Tamara realiza uma espécie de entrevista com o irmão...)
E ai me questiono como já citei em meu pbwork:
-Se eu não tivesse iniciado um PA estaria eu oportunizando que meus alunos busquem o querem aprender, tracem estratégias para resolverem suas próprias dúvidas e interesses?
A resposta negativa não soa bem aos meus ouvidos, pois a autocrítica não é tarefa fácil, mas tem sua recompensa: mostra-nos que somos capazes de sermos melhores do que somos hoje.
Um comentário:
Oi Lizi,
Estou encantada com tuas reflexões! Consegues estabelecer uma análise crítica do teu trabalho, pontuando aspectos teóricos na prática mesmo do teu estágio. Isso mostra o teu comprometimento com o estágio e com o teu blog, o teu processo de aprendizagem.
Tuas reflexões te permitem reavaliar constantemente teu planejamento e traçar, quando necessário, novos rumos, mas sempre mantendo presente o objetivo maior: a aprendizagem do aluno, o desenvolvimento de sua autonomia, o trabalho cooperativo.
É muito positivo perceber também que em tuas reflexões expões as limitações do trabalho, da escola e a maneira como compreendes tais limitações te impulsiona a encontrar alternativas. Trabalhas com uma situação real, com problemas reais que demandam ações, atitudes e teu trabalho/tua reflexão mostram que é possível encontrar outros caminhos, superando/minimizando as dificuldades.
Beijos, Rô Leffa
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