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sexta-feira, 3 de julho de 2009



Afro-descentes no Brasil

Através da proposta do enfoque III da interdisciplina Questões Étnico-Raciais na educação: Sociologia e História, realizei uma entrevista com três alunos afro-descendentes de uma escola pública e estadual.
A pergunta desencadeadora visava identificar como tais crianças se auto-identificavam do ponto de vista étnico racial.
Surpreendi-me quando constatei que duas destas crianças se auto-identificaram como sendo de cor branca, o que em minha opinião caracteriza o que Marilene Leal Paré em seu texto: Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu – Desempenho escolar, designa como parte de comportamentos advindos da “vergonha de ser negro”, são os sentimentos descritos pela autora originários da descriminação (segunda grande essência).
Estas crianças assim como seus colegas de classe em meu ponto de vista merecem atenção especial, pois como coloca Waléria Menezes em seu texto: O preconceito racial e suas repercussões na instituição escola:

A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares. Esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. A relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, segregando, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada ou ridicularizada pelo seu grupo social.

A terceira criança a ser entrevistada se autodenominou negra, então lancei a seguinte questão:
-“Como você se sente como aluna negra nesta escola?”
O retrato aqui revelado se firma em uma realidade um pouco distante da que descrevi até o momento.
Neste caso, o ambiente familiar bem estruturado como parece ser o de Tainá, provavelmente tenha contribuído muito para a valorização de sua auto-estima. A orientadora educacional Marilene Leal Paré em seu texto: Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu – Desempenho escolar chama esta situação de terceira grande essência (no que se refere aos pontos positivos):
Família provedora de afeto.
Identifiquei nesta aluna através do conhecimento que tenho sobre sua família situações descritas por Marilene Leal Paré, como: a proteção materna frente as situações de discriminação, incentivo ao estudo e o aconselhamento e ajuda nos problemas enfrentados. Fatos que certamente contribuem em muito para a formação da sua auto-estima.
Referindo-me agora a sala de aula onde atuo como já citei em trabalhos anteriores não há nenhuma criança negra, mas nem por isso deixo de trabalhar a pluralidade cultural existente em nosso país. Pois para bem viver e conviver é preciso, antes de tudo, que haja respeito pelo modo de ser de cada um. Concluindo com as palavras de Henri Sobel:
“Mesmo que um grupo conseguisse impor seus valores ao restante da humanidade, e na remota possibilidade de que o fizesse sem violência, o resultado seria uma sociedade empobrecida, monótona, uníssona.”