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domingo, 30 de maio de 2010

Semana oito
O PA e o desenvolvimento do vocabulário das crianças

Desde que iniciei o PA (Como nascem os vulcões?) em minha turma tenho estado atenta ao desenvolvimento da linguagem oral das crianças. Mostram-se muito mais espontâneas, participativas.
Ainda não havia relatado este fato, pois cheguei a pensar que talvez só eu tivesse percebido isto. Mas, foi com a visita da supervisora Marie Jane de carvalho que conclui estar certa disso, quando ela me questionou sobre a linguagem das crianças.
Refleti então sobre que atividades desenvolvidas na minha arquitetura pedagógica que favorecem o uso da linguagem oral e como isso vêm acontecendo em minha sala de aula.
Para ser sucinta listarei abaixo a atividade que penso ser o fio condutor desta mudança:
-Na atividade com os PAs são construídos freqüentemente diálogos em forma de debate em sala de aula. De início os mesmos eram realizados com a exposição das dúvidas das crianças e respostas das mesmas aos meus questionamentos. Hoje a evolução que percebo é muito grande, as crianças iniciam debates em que questionamentos são lançados pelas próprias crianças e discutidos entre elas até que se chegue a um consenso ou então a mais uma dúvida temporária. Relatos destes diálogos encontram-se em lizianiestagio.pbwork.com
Outro aspecto é com relação a qualidade das respostas, antes no início do estágio quando questionava as crianças respostas do tipo “porque sim ou porque não” eram muito freqüentes. Hoje, não ouço mais estas respostas, eles mesmos falam uns aos outros: -Não chega dizer porque sim ou porque não tem que dizer porque, o que que tu acha! (argumentação).
Além disso, muitas outras palavras foram incorporadas ao vocabulário diário (com domínio de seus respectivos significados), como por exemplo: pressão, placas tectônicas, globo terrestre, pincel atômico (antes chamado de canetão), mapa conceitual...
É maravilhoso vislumbrara cada dia os resultados de um trabalho com Projetos de Aprendizagem, pena que não havia (por insegurança) iniciado antes esta arquitetura pedagógica em minha sala de aula!




quinta-feira, 27 de maio de 2010


Semana sete
Uma surpresa...


Na postagem anterior relatei que estou aprendendo mais do que ensinado. Sim, estou aprendendo muito, aprendendo com as crianças que direcionam meu trabalho (como por exemplo: criando novas dúvidas temporárias, expressando em que materiais podemos pesquisar, enfim muitos outros exemplos já relatados em meu pbwork) e também aprendendo sobre os vulcões, pois não sabia nada sobre eles, apenas que existiam...
De inicio quando surgiu a pergunta central de nosso PA, refleti:
“Estamos em uma realidade bem distante da nossa, na Islândia. Ao mesmo tempo também pensei que poderia ser muito interessante estudar coisas que não fazem parte de nossa realidade.”
Entretanto, estava enganada quando pensei isto, pois como disse a professora Maire Jane Carvalho, “eles viram o tema vulcão na mídia”, logo, concluo que faz sim parte da realidade deles, porque vêem na TV, no jornal e estes meios de comunicação fazem parte do cotidiano de cada criança.
Outro aspecto que me fez pensar o quanto estava enganada é que eu sabia que no Brasil não existem vulcões, mas não sabia que já existiram um dia...
Foi procurando informações sobre rochas ígneas (uma dúvida trazida por Tamara de casa) que me deparei com uma imagem da Ilha dos Lobos, da Guarita de Torres sendo estas rochas de origem vulcânica. E eu que pensei que estávamos tão distantes da nossa realidade! Agora sim, tenho algo em que as crianças podem fazer uma pesquisa de campo envolvendo também o meio próximo onde vivem. Relatos desta pesquisa semana que vem em meu pbwork!
Estou curiosa para saber o que vai acontecer e também quero construir com eles gráficos (idéia da tia Dulce) referentes ao resultado da pesquisa de campo.

domingo, 23 de maio de 2010

Semana seis

Mais um pouco do trabalho com PAs...

Observo que algumas professoras estão ansiosas em finalizar o PA, em possibilitarem às crianças que descubram a pergunta central e resolvam logo suas dúvidas temporárias, colocando tudo isso em um texto.
Minha situação é um pouco diferente. Meus alunos estão cada vez mais motivados, não só na sala de aula como também fora dela (perguntam suas dúvidas para os pais, trazem livros dos irmãos mais velhos, assistem noticiários da TV...) e o que observo é que paralelamente enquanto resolvem suas dúvidas temporárias os conhecimentos adquiridos abrem portas para o surgimento de novas questões e assim vai seguindo o trabalho.
Não tenho preocupação em finalizar o trabalho ou me questionar se já chegou ao fim, as crianças vão me mostrar isso. Veja o que aconteceu hoje:
Na discussão sobre a formação dos vulcões elas perceberam que já tem resposta para a pergunta central, concluíram que no interior da terra é muito quente, as rochas ígneas se derretem por causa do calor e por causa da pressão a rocha derretida sai no vulcão. Concluíram ainda que a lava esfria e pode virar rocha novamente... Na realidade são conhecimentos já registrados e descobertos anteriormente só estava faltando “juntar os fatos”.
Para minha surpresa nem um aluno mostrou satisfação ao perceber que já tinham descoberto a pergunta central. Bruno diz:
-Descobrimos o que era para descobrir antes né... (quer dizer antes da hora)
Perguntei
-Por que antes?Antes do quê?
Bruno fala:
-Porque agora o trabalho vai termina e agente não vai mais pesquisa sobre os vulcões.
Questionei:
-Quem disse que vai acabar? Quem disse que acabou? Vocês não têm mais nada para descobrir sobre os vulcões? Já tem absoluta certeza de que é assim mesmo que nasce um vulcão?
Kalyane fala com um gesto e expressão de alívio:
-Claro né a gente tem que descobrir outras coisas. O que é placa tectônica? (aponta para as estrelinhas onde estão as dúvidas temporárias)
Bruno diz:
Por que acontece a pressão? Será que dá força quando a pedra se derrete?
O que eu tenho a dizer é que a cada dia fico mais surpresa, admirada e feliz. Não imaginava que alunos do primeiro ano pudessem descobrir o que estão descobrindo, questionar da forma como estão questionando...
Continuando a experiência da aula de hoje quero comentar ainda que Nícolas ouviu meu comentário com a professora Letícia (professora titular da turma) falando que eles já tem muito conhecimento e que podiam montar um livro sobre vulcões.
Nícolas, após algum tempo me pergunta:
-Prof nós estamos preparados para fazer um livro?
Bem com estas palavras... Kalyane ouve a pergunta e diz:
-Claro que sim Nícolas.
Eu disse que estão mais do que preparados... Mais um desafio pela frente: criar um livro sobre os vulcões!
É um prazer enorme trabalhar com estas crianças e ainda conto com o apoio total da professora titular da turma, estou aprendendo muito mais do que ensinando!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Semana cinco





Alguns pontos relevantes no trabalho com PAs







Considero importante aqui relatar “pontos” interessantes que observei no desenvolvimento do PA em minha sala de aula:
-As curiosidades das crianças surgem espontaneamente.
Por exemplo: Algumas dúvidas (curiosidades) que surgiram depois do levantamento da pergunta central, dúvidas temporárias e certezas provisórias:
-Professora o que é trafego aéreo? (Kauê)
-Se o vulcão é na Islândia por que os aviões não puderam voar aqui no Brasil?(Kauê)
-O que que é camada de gelo? (Maisa) Entre outras.
-O trabalho deve ser planejado dia após dia.
Observo que enquanto oriento as crianças elas também me orientam, há uma orientação mútua. Por exemplo:
No levantamento das certezas provisórias as crianças citaram que no Brasil não existem vulcões e que em Três cachoeiras também não. Mas ao serem questionadas sobre nosso país, nosso município observei que muitas dúvidas surgiram. Então resolvi usar a técnica das caixinhas para que pudessem estabelecer relações de localização. Concluindo: orientei uma atividade (levantamento das certezas provisórias) e fui orientada com relação as dificuldades que as crianças apresentaram quanto a noção de localização realizando a atividade das caixinhas...


-O trabalho interdisciplinar se revela aos poucos...
Quando iniciei o PA sobre os vulcões minha primeira preocupação foi com relação ao trabalho interdisciplinar. Sabia que a alfabetização e o letramento como já citei em minha arquitetura pedagógica faria parte do PA conforme seu desenvolvimento. Mas me questionei a respeito de que outras áreas do conhecimento poderia abranger nosso PA. Senti-me angustiada, pois não consegui estabelecer respostas que me satisfizessem.
Mas logo, logo o começaram a se abrirem “leques” para o trabalho interdisciplinar. Por exemplo: no vídeo sobre os vulcões o repórter cita que a Islândia tem mais de uma dezena de vulcões. Então Kauê fala:
-Na Islândia tem mais de uma dezena de vulcões, nossa... (Kauê)
Questiono:
-O que é uma dezena?
Ninguém responde...
Após algum tempo Domini fala:
-Acho que é muito.
Para o próximo dia de aula preparei uma atividade (jogo) envolvendo unidade, dezena, centena... Após o jogo voltamos a conversa estabelecida e as crianças descobriram que a Islândia possui mais de dez (dezena) vulcões... “Interdisciplinaridade e orientação mútua”.
-Favorecimento para o desenvolvimento da autonomia da criança.
Por exemplo:
Na aula de 03/05/2010 Tamara fala:
-Meu irmão disse que tem vulcões por causa das placas tectônicas...
Perguntei a ela:
-Por que ele te falou isto?
-Porque eu perguntei pra ele...
Claro exemplo de iniciativa para pesquisa, de autonomia (Tamara realiza uma espécie de entrevista com o irmão...)
E ai me questiono como já citei em meu pbwork:
-Se eu não tivesse iniciado um PA estaria eu oportunizando que meus alunos busquem o querem aprender, tracem estratégias para resolverem suas próprias dúvidas e interesses?
A resposta negativa não soa bem aos meus ouvidos, pois a autocrítica não é tarefa fácil, mas tem sua recompensa: mostra-nos que somos capazes de sermos melhores do que somos hoje.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Semana quatro



O trabalho com PAs



Como já citei anteriormente o PA que vem aos poucos se desenvolvendo em minha turma tem como pergunta central: Como nascem os vulcões?
Foram muitas idas e vindas nos diálogos estabelecidos entre as crianças, a principio percebi que a pergunta delas se dirigia a qualquer vulcão existente no mundo. Como orientadora desejava alguma forma de mostrar que poderíamos estudar sobre um vulcão, ou os vulcões existentes em um determinado país, pois do contrário a pesquisa se tornaria muito abrangente...
Bem, mesmo angustiada para que isto acontecesse “dei tempo ao tempo”. A primeira conquista se passou na biblioteca onde por coincidência as crianças observaram alguns desenhos de vulcões que estavam sob camadas de gelo. Então as questionei:
-Será que todos os vulcões existentes no planeta estão sob o gelo?
A resposta foi negativa... Ainda assim com as conversas desenvolvidas observei que meus alunos desejavam saber sobre os vulcões me geral.
Foi assistindo uma reportagem sobre vulcões na Islândia, que as crianças decidiram-se por estudarem os vulcões que “explodem” no gelo, pois acharam isto muito interessante, principalmente após o questionamento de Kauê:
-Prof. olha só... Se o gelo é água que congela, então como é que o vulcão resiste ao gelo se o vulcão tem fogo e a água apaga o fogo?
Eis o foco de interesse da turma pelos vulcões que explodem no gelo...
Continuando o vídeo descobriram que a Islândia é uma ilha e logo Bruno conclui:
-Como tinha no livro da biblioteca. Tem vulcão perto do oceano e a Islândia tem oceano...
Continuando as discussões nas várias vezes que pediram para eu colocasse o vídeo novamente para que pudessem assistir mais uma vez, chegamos ao consenso de estudarmos ao vulcões da Islândia.
Penso que talvez a pesquisa ainda seja bastante abrangente, mas acredito que no decorrer do trabalho ainda possam surgir oportunidades de aperfeiçoamento da pergunta central.
Como falou a professora Eliana Ventorini em uma de nossas aulas presenciais: “O trabalho com PAs é um fazer/refazer constante!”