Seja Bem Vindo ao meu Portfólio de Aprendizagens!

Espero receber sempre sua visita!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Educação de surdos

Através dos textos estudados na interdisciplina de Libras durante este sétimo semestre e do presente trabalho elaborado a partir de minhas aprendizagens pude constatar que durante muito tempo as pessoas com algum tipo de deficiência foram excluídas da sociedade, sendo consideradas como indivíduos inferiores.

As pessoas surdas eram vistas como seres irracionais, não educáveis e sem quaisquer direitos humanos. Eram privadas da alfabetização e educação. Mas, apesar da história dos surdos iniciar assim triste e silenciosa, o passar do tempo evidencia grandes transformações.

Foi somente a partir de 1500, na Idade Média, que a história dos surdos começou a mudar. O médico italiano Girolamo Cardano (1501-1576), declarou que surdos poderiam ser ensinados a ler e a escrever sem a utilização da fala. "Cardano reconheceu publicamente a habilidade do surdo em raciocinar, pois segundo ele a escrita poderia representar os sons da fala ou idéias do pensamento, sendo assim, a surdez não seria um problema para o surdo adquirir o conhecimento" (Soares, 1999, p.17).

Mas este fato teve pouca repercussão na sociedade da época, pois a educação de surdos se destinava aos filhos de ricos e nobres da corte espanhola, afim de que estes adquirissem conhecimentos para administrar futuramente os bens da família. Pedro Ponce de Leon (1510-1584) era um monge espanhol que se dedicou a educação desses surdos utilizando-se além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios.

Posteriormente outros professores também se dedicaram à educação dos surdos. Entre eles, destacaram-se: Abade Charles-Michel de L´Epée (1712/ 1789- fundou a primeira escola pública, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos em Paris, criando alguns métodos de ensino), Samuel Heinicke (1727/1790- fundou a primeira escola oral de surdos na Alemanha baseado no oralismo), Jean Massieu (1772/1845- um dos primeiros professores surdos, francês, lecionou baseado na Língua de Sinais no Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris), Laurent Clerc (1785/1869 um dos professores surdos, utilizava-se da Língua de Sinais em suas aulas) entre outros.

Como se pode observar desde épocas remotas até os dias de hoje muitos professores divergem quanto ao método mais indicado para ser adotado no ensino dos surdos. Uns acreditam que o ensino deveria priorizar a língua falada (Oralismo), outros apostam no uso simultâneo de uma língua oral e de uma língua sinalizada (Comunicação Total), há os que preferem o uso de duas línguas, a Língua de Sinais em primeiro lugar e no caso do Brasil a Língua Portuguesa (Bilingüismo) e os que reconhecem o desenvolvimento natural da língua de Sinais sem interferência da oralidade abrindo espaço para a construção de uma Identidade Surda (Pedagogia Surda).

Muitas escolas de surdos ainda utilizam um ensino estruturado apenas por ouvintes, sem a participação de alunos ou de professores surdos, não respeitando a cultura, língua e identidade das pessoas surdas. De acordo com o texto "Pedagogia Surda":

"Quando o professor ouvinte sabe Língua de Sinais, pode comunicar-se de maneira satisfatória com seu aluno surdo. Porém, quando o professor também é surdo, além da mesma comunicação, ambos possuem identidade surda, o que contribui para uma harmonia ainda melhor entre professor-aluno. Nesses casos, a sala de aula passa a ser um lugar de ricas trocas de conhecimentos entre ambos, as quais ocorrem de forma natural, além de o aluno encontrar na figura do professor um modelo de adulto surdo.

No caso do professor ser ouvinte e não sinalizador, a presença de um instrutor ou voluntário adulto Surdo é muito importante para esclarecer aos alunos o que o professor fala e vice-versa. Outro aspecto a ser melhorado visando a verdadeira inclusão do aluno surdo na escola segundo o texto: Inclusão, é com relação ao oferecimento dos conteúdos aos alunos surdos pela língua de sinais, através de recursos visuais, tais como figuras, língua portuguesa escrita e leitura, a fim de desenvolver nos alunos a memória visual e o hábito de leitura. Ressalto ainda outro aspecto relevante: a consideração do sujeito surdo como um sujeito que apresenta uma diferença lingüística e cultural, logo, diferença não pode ser considerada sinal de deficiência, muito menos de incapacidade ou inferioridade.

Infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecer nenhuma instituição de surdos, mas acredito para uma participação ativa dos surdos não só na escola, mas também na sociedade, é necessário que no ensino se considere a Língua de Sinais como primeira língua e, a partir deste ponto se ensine a segunda língua que, no caso do Brasil, é o português que pode ser na modalidade escrita ou oral. Esta é a maneira mais viável em meu ponto de vista de cada vez mais os sujeitos surdos tornarem-se líderes, indivíduos ativos na sociedade onde vivem.


Referência:

Texto de Harlan Lane, retirado do livro "A Máscara da Benevolência: a comunidade surda amordaçada", que apresenta a política de ensino de surdos em diferentes países.
Disponível em: http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/libras/unidade3/atividades.htm Acesso em: 14 nov. 2009.


sábado, 14 de novembro de 2009

Contextualização de conteúdos

Lendo o texto proposto pela interdisciplina de EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: Alfabetização de adultos: ainda um desafio de Regina Hara, considerei interessante a afirmação da autora de que alguns educadores simplesmente escolhem palavras ligadas a vida cotidiana do aluno e as aplicam em sala de aula mecanicamente, apenas com a intenção de ensinar a decodificação de caracteres lingüísticos. Desta forma dizem ou pensam estarem trabalhando a realidade de seus alunos.

Neste processo a experiência do aluno, sua bagagem cultural é deixada de lado, assim como suas hipóteses a respeito de como tal processo de escolarização se constrói. Esta afirmação me chamou a atenção, pois ainda hoje encontramos professores que pensam desta forma. Em meu ponto de vista a contextualização de conteúdos vai muito além de palavras ligadas ao cotidiano do aluno, é algo mais, como a valorização das experiências e dos conhecimentos prévios que o aluno já possui, um ambiente acolhedor (que o professor ouça o que o aluno tem a dizer) para que o aluno possa expor suas hipóteses e suas idéias, o trabalho com PAS, o uso de situações problemas ligadas a realidade do educando, entre outras... Estas são em meu ponto de vista as principais características da contextualização de conteúdos e não o simples uso de palavras ligadas a vida cotidiana dos alunos.





quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Projeto de Aprendizagem

Trabalhar com PAs durante este semestre na interdisciplina do Seminário Integrador VII possibilitou-me aprofundar alguns conhecimentos que já havia concretizado no semestre anterior, assim como construir novos conhecimentos.

Quando me refiro aos conhecimentos adquiridos anteriormente posso citar, como exemplo, a atividade: Debatendo teses sobre os Projetos de Aprendizagem. Nesta pude refletir sobre meus conhecimentos em relação ao trabalho com PAs (pergunta central, dúvidas temporárias, certezas provisórias, mapa conceitual...).

Analisando o comentário da colega que revisou minhas respostas, percebi que ambos os posicionamentos (revisor e participante) apresentavam o mesmo ponto de vista. Desta forma houve o fortalecimento ou a confirmação de "minhas certezas provisórias" a respeito do trabalho com PAs.

Quando me refiro as novas descobertas, os novos conhecimentos sobre os PAs posso citar, como exemplo, a construção do PA: Como se construiu o processo de Identidade de Três Cachoeiras reconhecida como Terra dos Caminhoneiros?

Na conclusão deste Projeto de Aprendizagem, elaboramos uma síntese do trabalho analisando a questão central, certezas provisórias, dúvidas temporárias, os caminhos percorridos (estratégias utilizadas pelo grupo), os conceitos chave que orientaram nosso PA e por fim as descobertas realizadas, as aprendizagens.

Através da construção desta síntese, destaco alguns pontos que eu ainda não havia percebido:

-Se o professor que orienta o trabalho possuir conhecimentos prévios com relação ao assunto a ser pesquisado com certeza terá a oportunidade de "direcionar" o grupo proporcionando o aprofundamento das aprendizagens sobre o tema. Por exemplo: A tutora Rosângela ao nos questionar:

-Vocês acham que 10% é um número expressivo? Talvez hoje tenhamos mais agricultores que caminhoneiros em nosso município... Isso serve para vocês pensarem que, embora, atualmente, esse número não seja tão expressivo, já foi um dia... (demonstra ter conhecimento sobre Três Cachoeiras...).

-Essa ideia é MUITO BOA, mas não foi explorada. Falem sobre os símbolos e representações que criaram a identidade de TC. (Demonstra conhecimentos sobre o livro: Identidade cultural na pós-modernidade de Stuart Hall que utilizamos como referencial teórico para embasar nosso trabalho).

Sabe-se que em decorrência da facilidade de acesso aos meios de comunicação e livros, nossos alunos chegam à escola com uma bagagem cultural cada vez mais diversificada e abrangente, de modo que em muitos casos eles acabam sabendo mais que o professor com relação a determinados assuntos. O que não impede que o docente busque novos conhecimentos para melhor orientar seus alunos, aprenda juntamente com eles, e vice-versa, pois o papel do educador é ser um orientador, mediador neste processo.


-O tema a ser pesquisado deve partir do interesse do aluno, mas não obrigatoriamente da realidade onde ele está inserido.

O Texto: Projetos de Trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares de Fernando Montserrat oferecido pela Interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação relata que o tema de um Projeto de Aprendizagem pode pertencer a uma experiência comum, originar-se de um fato da atualidade, surgir de um problema proposto pelo professor ou até mesmo emergir de uma questão que ficou pendente em outro projeto. Mas, às vezes o que observo é que o educando tem curiosidade em saber algo o que não faz parte de sua realidade, pode querer saber, por exemplo, como é a vida no campo, enquanto este mesmo estudante pode morar na cidade e conhecer apenas a vida "urbana", tendo como conhecimentos prévios (certezas provisórias) apenas o que imagina, o que já ouviu falar, assistiu na TV, por exemplo. . Nada o impede de conhecer através de seu projeto novas realidades, compará-las, relacioná-las e estabelecer vínculos com sua própria realidade. Outro exemplo desta afirmação esta presente no vídeo: Bruxa Onilda oferecido pela interdisciplina de Linguagem e Educação, onde uma das professoras trabalha com um projeto em que seus alunos têm curiosidade em saber onde fica a cidade de Veneza, como ela é... Ou seja, partiu-se de uma realidade "distante", completamente desconhecida, para posteriormente criar "links" com a realidade cotidiana.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Alfabetizar letrando


Segundo Magda Soares no texto: Nada é mais gratificante do que alfabetizar oferecido pela Interdisciplina de Linguagem e Educação:

Alfabetização: "Significa dar acesso à tecnologia de leitura e de escrita, o que torna crianças e adultos alfabetizados, mas não letrados; possibilita codificar e decodificar a língua escrita, isto é, ler e escrever". (SOARES, 2004).

Letramento: "Significa introduzir crianças e adultos em práticas sociais de leitura, de escrita e de oralidade, independente do domínio do código escrito." (SOARES, 2004).

Relembrando nosso debate na última aula presencial, acho interessante aqui ressaltar que o conceito de alfabetização refere-se a um conhecimento obtido, estável, relativo ao domínio do código da leitura e escrita. Já letramento refere-se a algo mais amplo, condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultivar e exercer as práticas sociais que usam a escrita. "Designa um conhecimento processual, em aberto..." (DELGADO-MARTINS, COSTA E RAMALHO, 2000, TRINDADE, 2004, p. 33).

Entretanto ao refletir sobre estas informações me questionei:

-Qual a importância para um professor em possuir conhecimentos sobre estes conceitos citados acima?

Segundo Magda Soares, alfabetização e letramento não são dois processos distintos, deve-se alfabetizar letrando. Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a ler e a escrever levando-a a conviver com práticas de leitura e de escrita, tais como: ler livros, revistas, jornais, propagandas, escrever uma carta... Ou seja, materiais de leitura que fazem parte do cotidiano da escola e sociedade. Cabe ao professor orientar o aluno fazendo com que ele perceba a verdadeira função da decodificação do código da leitura e escrita, a função social.





segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Temas Geradores

Através dos textos sugeridos pela interdisciplina de DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO pude refletir sobre a importância dos temas geradores na educação.

Para Paulo Freire ensinar não é transmitir saber, pois o papel do professor é possibilitar a criação ou produção do conhecimento. Mas para que isto ocorra o aluno não pode ser considerado apenas um indivíduo receptivo, em que o professor deposita nele conhecimentos.

Freire pontua também que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Ou seja, ambos (aluno e professor) aprendem juntos. Nossos alunos têm tanto a nos ensinar quanto a aprenderem conosco. Nós professores não somos detentores do saber como se acreditava antigamente.

Mas para trabalharmos com temas geradores em sala de aula é necessário em primeiro lugar considerar a realidade em que se encontram nossos alunos. Saber ouvi-los, para que então possam ser eleitos os temas geradores ou as palavras geradoras provenientes da realidade dos mesmos. Um diálogo onde haja espaço para questionamentos, expressão de opiniões, momento para reflexões a cerca da realidade encontrada, em meu ponto de vista, é condição essencial para que isto ocorra.

O que é mais importante no uso de temas geradores em meu modo de pensar é que o docente seja capaz de valorizar os conhecimentos prévios que os alunos possuem, para que a partir deles possa organizar os conteúdos, ou nas palavras de Paulo Freire: "devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao povo daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada". E que, além disso, o professor saiba que a educação não é uma simples doação ou imposição, é preciso problematizar os conteúdos, abrir espaço para que o aluno possa ser questionado a partir de sua própria realidade, posso citar como exemplo, a construção do PA na qual fiz parte este semestre, onde o grupo freqüentemente foi questionado, instigado a melhorar cada vez mais o trabalho...


"Seguir-me é não me seguir; é reinventar-me".

Paulo Freire

Referência bibliográfica:

FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.89-101.